E na belíssima Toscana, Conhecemos a Vinícola Principe Corsini

Uma das casas da charmosa vinícola

Uma das casas da charmosa vinícola, bem ao estilo da região

Estimados amigos, 2014 se encaminha para o fim. Um ano de muito trabalho para mim, mas com diversas realizações, boas experiências e claro, vinhos excelentes que felizmente tive a oportunidade de experimentar. Mas contudo, eu não poderia terminar este ano sem fazer um registro muito especial.

Na primavera deste ano eu e minha esposa realizamos um sonho: conhecer a Itália. E certamente a Toscana estava nos planos. Como o tempo era curto, decidi que visitaria somente uma vinícola, para poder sentir a sensação de conhecer um pouco da viticultura italiana. Lembrei-me dos excelentes vinhos italianos que experimentei em uma degustação da Domno (relembre) e não tive dúvidas: entrei em contato com eles e pedi auxílio para agendar uma visita à vinícola Principe Corsini. Prontamente, me atenderam e lá fomos nós.

A vinícola fica em uma belíssima propriedade, em um local paradisíaco, a poucos quilômetros da charmosa Florença. Alugamos um carro e fomos até lá, coisa de meia hora de viagem – seria ainda menos se não tivéssemos errado o caminho: paramos em um Monastério e um senhor nos indicou que a vinícola era mais além, e nos apontou a Villa (símbolo da vinícola) um pouco mais adiante. Já deu para tirar a primeira foto – vejam na galeria 🙂

Chegando lá fomos muito bem recebidos pelo diretor comercial da Principe Corsini, sr. Gianluca Carbone,  que nos mostrou um pouco da vinícola. A empresa é de um grupo familiar e produz vinhos desde o século XV. Foi a segunda vinícola que visitei onde percebi a utilização de tanques de concreto para estocagem de vinhos – a outra havia sido a Bodega Marichal, no Uruguai (relembre). Gianluca comenta que, apesar de não haver razão específica para tal, os enólogos da vinícola perceberam ao longo dos anos de experiência que o aço inox – comum nos tanques modernos – transmite algumas características desagradáveis ao vinho, o que não se verifica na utilização de tanques de cimento revestidos internamente por resina. Típico do aprendizado que me fascina.

O foco da Principe Corsini é na elaboração de um dos vinhos típicos italianos mais apreciados e respeitados mundialmente: o Chianti Classico. Nesta denominação, a Principe Corsini elabora especialmente três produtos, que tivemos a oportunidade de degustar na ocasião:

Le Corti: O vinho “de entrada” da vinícola, elaborado com 95% de Sangiovese e 5% de Canaiolo e Colorino. O Chianti tradicional, por assim dizer, com pouquíssima passagem por madeira – são doze meses de estágio, parte em tanques de concreto e parte em barris. O resultado é um vinho de boa acidez, agradabilíssimo para se beber no dia a dia, como reza o contra-rótulo, que traz a inscrição “Il mio vino quotidiano”

Cortevecchia Riserva: Meu favorito da vinícola e talvez o melhor Chianti que já experimentei – me apaixonei pelo vinho desde a primeira vez em que o experimentei (relembre). Mesmo Assemblage do Le Corti, mas com período de amadurecimento superior: são 20 meses em grandes barricas de carvalho (parte em tonéis), além de outros seis meses de descanso em garrafa. Um produto de qualidade acima da média, com excelentes estrutura e acidez. A produção é pequena e não chega a 7 mil garrafas.

Don Tommaso: O vinho Top desta tríade, de excelente estrutura e gastronômico a toda prova. É como eu conseguiria resumir este belo produto, um Chianti Classico elaborado com 80% Sangiovese e 20% Merlot, que estagia 15 meses por barricas francesas, sendo 70% novas. Um belíssimo vinho, de produção limitada a tão somente 16 mil garrafas.

Em nossa visita, ainda fomos agraciados com a degustação de um belíssimo Espumante Rosé Charmat, elaborado com Sangiovese. Quando chegamos à cantina para degustar os vinhos, Gianluca nos perguntou com certo ar tímido, se “por acaso” gostaríamos de experimentar o espumante. Respondi prontamente que sim – e até agora estou com o sorriso estampado na face ao me lembrar do momento. Foi uma grata surpresa e uma experiência incrível, um produto muitíssimo interessante. Vou deixar para comentar com mais detalhes em um post futuro, quando degustarei o espumante na calma e tranquilidade do lar.

Não poderia deixar de mencionar que, além dos vinhos, a Principe Corsini tem tradicional e respeitada produção de Azeite de Oliva Extra Virgem – produto que é levado muito a sério na Itália (mais do que imaginamos). Pela fala de Gianluca nota-se claramente a preocupação e o zelo com a qualidade deste produto, que também leva o selo do consórcio Chianti Clássico e por isso tem um nome de respeito a zelar a nível internacional. A vinícola elabora duas linhas de azeite – ambos prensados na própria propriedade (um diferencial, diga-se de passagem). O destaque vai para o Olio Extravergine di oliva DOP Chianti Classico Biologico (na foto dos azeites, o produto da esquerda). Até então, o melhor azeite que já experimentei. Simplesmente fantástico.

Segue galeria de fotos de nossa visita (clique na imagem para ampliar).

Desejo muita saúde a todos e um 2015 repleto de felicidade, realizações e conquistas!

Nota: Agradeço aqui imensamente ao pessoal da Vinícola Principe Corsini, em especial a pessoa do sr. Gianluca que tão bem nos recebeu, e pelo apoio da Domno do Brasil que  nos ajudaram a viabilizar este sonho.

Apreciando uma Paisagem Paradisíaca, Conheci a Estrelas do Brasil

Amigos, desde que criei o blog, poucas vezes tive uma sensação tão agradável ao visitar uma vinícola como tive ao conhecer o fabuloso empreendimento do competente enólogo Irineo Dall’Agnol: a Estrelas do Brasil – um projeto  dedicado especialmente à produção de espumantes artesanais, localizada em Faria Lemos.

Ao chegar à vinícola, somos agraciados com uma paisagem maravilhosa, possivelmente uma das mais belas vistas do Rio Grande do Sul – não há frase ou fotografia capaz de expressar tão bem a riqueza da paisagem. É neste belo local que Irineo está construindo a Estrelas do Brasil; o varejo da vinícola deverá estar pronto em breve para poder receber os visitantes e oferecer os espumantes à venda. Aliás, esta é uma das muitas inovações e conceitos da vinícola: a venda direta ao consumidor, no “quilômetro zero”. Todos os produtos da Estrelas do Brasil são comercializados exclusivamente na propriedade ou pela internet, via encomenda.

Mas não pára por aí. Leveduras encapsuladas, plantio de vinhedos em latada e produção de espumantes Brut através de uma única fermentação são mais alguns dos vários preceitos e inovações deste visionário enólogo, que nos deu a honra de brindarmos com seus belos espumantes. Entre eles, um  belo Nature rosé, – simplesmente apaixonante – um excelente Brut com passagem por madeira e um surpreendente Riesling, elaborado a partir de fermentação única. Espumantes com personalidade, elegância e riqueza ímpar de aromas e sabores – todos com produção limitada, alguns não passando de 1.000 garrafas produzidas. Uma alegria para o consumidor que preza pela qualidade.

Além dos espumantes, Irineo também elabora vinhos; entre eles, um Cabernet Sauvignon da safra 2005, elaborado por um método pioneiro: a Dupla Maturação Direcionada (DMD); uma técnica inovadora onde as uvas maturam por uma segunda vez, no próprio vinhedo, após ter ocorrido o corte dos ramos que sustentam os cachos. No contra-rótulo deste vinho, uma indicação inusitada: decantação por 10 horas! Estou com minha garrafa aqui em casa e garanto-lhes que cumprirei a regra à risca, como o próprio Irineo assim me instruiu. Além deste tinto, está prevista também a elaboração de um Riesling através deste mesmo método, que será um vinho de sobremesa. Ansiosamente, aguardaremos.

A vocês amigos que, como eu, simplesmente são apaixonados por espumantes, posso lhes garantir que a visita foi proveitosa e memorável. Com Irineo passamos quase uma tarde inteira em um papo muito bacana e descontraído, junto com os amigos Orestes de Andrade Jr e Affonso Nunes. Diria que, juntamente com outros grandes nomes como Adolfo Lona, Márcio Brandelli e Idalêncio Angheben, Irineo Dall’Agnol foi um dos profissionais que tive a honra de conhecer e de sentir orgulho de ter recebido sua hospitalidade, a qual sou muito grato. É, este é o fabuloso Universo dos Vinhos, com suas  pessoas, profissionais, amizades, excelentes rótulos e agradáveis surpresas.

Para saber mais, acesse: www.estrelasdobrasil.com.br

Confiram algumas fotos de nossa visita (clique para ampliar):

Saúde a todos!

Degustando Vinhos do Velho Mundo na Domno

Estimados amigos, no último sábado do dia 10 tive o prazer de conhecer mais uma de nossas vinícolas aqui da serra gaúcha: a Domno do Brasil. Na visita me acompanharam o assessor de imprensa do Ibravin, Orestes de Andrade Jr. (que viabilizou nossa visita) e o jornalista e também blogueiro Affonso Nunes, do Rio de Janeiro. Fomos muitíssimo bem atendidos pelo Jones Valduga, um dos diretores da vinícola, que nos recebeu de forma muito prestativa e descontraída.

A Domno é uma jovem vinícola que está no mercado a cinco anos. Apesar de seus proprietários serem os mesmos da Casa Valduga, é um projeto diferente e separado. Como muitos já sabem, o foco da vinícola é a elaboração de espumantes, todos pelo método charmat – diferente da CV onde são elaborados unicamente pelo método tradicional. O portfólio conta com um rótulo Extra Brut, dois Brut – sendo um rosé – e um Moscatel, que inclusive já passou aqui pelo blog (relembre).

Além dos espumantes,a  Domno têm se destacado muito no cenário vitiviníciola pelas suas atividades como importadora, já contando com rótulos exclusivos de diversos países como Argentina, Chile, Portugal, França e, em breve, Itália e Espanha. Jones nos agraciou com uma bela degustação de quatro rótulos importados pela vinícola – incluindo novidades. Coincidência ou não, todos vindos do velho mundo. Os degustados foram:

Cortevecchia Chianti Classico Riserva 2008. Tinto Italiano que ainda não estará em comercialização em breve pela Domno. Particularmente, o meu preferido durante a degustação, pelo seu estilo italiano típico. Potente (14,5%) e gastronômico.

Frontaura Crianza 2005. Tempranillo espanhol, também uma novidade em primeira mão. Mais um vinho que confirma a qualidade crescente dos rótulos espanhóis. Muito bem estruturado e volumoso em boca.

Chateau Capet Guillier 2009. Bordeaux francês de excelente qualidade. Muito complexo e elegante; foi o que recebeu os melhores comentários. Final de boca com retrogosto mentolado, que eu pessoalmente aprecio muito. Vinho daqueles para não esquecer.

Chapelle Saint Martin 2009 Este rótulo francês foi degustado a pedido de nosso amigo Affonso, que se interessou pelo assemblage:   70% de Merlot, 25% de Cabernet Franc e 5% de Cabernet Sauvignon. Vinho muito correto, de aromas delicados e agradável de beber. Um vinho mais fácil de beber que os anteriores, pode-se de dizer, mas sem perder a qualidade ou deixar de ser interessante.

Aproveito para agradecer ao Jones pela cortesia em nos receber ao sábado – fora de seu horário habitual – e ao Orestes pela ajuda em viabilizar a visita. Certamente foi uma degustação para ficar na memória.

Confira as fotos da degustação (clique para ampliar):

Saúde a todos!

Visitando Dal Pizzol e Almaúnica em Boa Companhia

Estimados amigos, hoje este singelo e feliz blogueiro completa 29 anos. Resolvi aproveitar esta data especial para comentar sobre o passeio que fizemos com o casal de amigos do blog Vivendo Vinhos, Cristiano e Valdirene, que nos visitaram no último feriado. Juntos, visitamos duas vinícolas na serra gaúcha – afinal, dois enófilos reunidos só poderia dar nisso 🙂

Primeiro fomos na Dal Pizzol, vinícola tradicional localizada no distrito de Faria Lemos, próxima a Bento Gonçalves. O ponto forte da estrutura da vinícola é sem dúvida seu parque temático, muito bem cuidado e preservado, com várias aves, um lago, muitas videiras e algumas árvores nativas. Aliás, espero voltar ao parque um dia para tomar um belo espumante à beira do lago – deve ser uma experiência e tanto em um dia de verão. Quanto aos vinhos, fomos muito bem atendidos no varejo da vinícola pela Simara, que pacientemente nos serviu e respondeu nossas dúvidas sobre os vários rótulos degustados.Chamou especialmente a atenção o  Do Lugar Cabernet Franc 2011, vinho equilibrado, com boa estrutura e agradável de beber. Vinho muito bem feito, vendido na casa dos 22 reais.

Depois do almoço no restaurante Canta Maria, fomos visitar uma vinícola já conhecida dos leitores aqui do blog, a Almaúnica, onde o enólogo Márcio Brandelli nos aguardava com uma bela degustação. Lá chamou a atenção uma coincidência fora do comum: um leitor deste modesto blog que havia lido o post do lançamento do “Quatro Castas” (relembre), veio do Rio de Janeiro e estava naquele momento visitando a vinícola – e acabamos nos encontrando por lá. Mundo pequeno, diriam alguns… 🙂 Logo na chegada fomos conduzidos através das instalações da vinícola – que, aliás, merece ser visitada pela elegância e infra-estrutura impecáveis. Depois do tour, Márcio nos convidou a conhecer seu novo Nature (um dos espumantes mais belos em taça que já vi, com Perlage ensurdecedor), além de seu Syrah 2011 e do Quatro Castas 2010. Todos excelentes. No final, ainda uma grata surpresa: fomos convidados a experimentar direto da barrica de carvalho o excelente Merlot 2012, premiado na Avaliação Nacional de Vinhos, que será lançado em 2014 na Copa do Mundo. Uma visita para ficar na memória.

Depois das visitas voltamos para casa e preparamos um churrasco para nossos queridos convidados. Nosso estimado amigo Cristiano havia trazido um belo rótulo sul-africano que harmonizou bem com a carne que preparamos – comentarei sobre o vinho em um próximo post, podem deixar. Foram ótimos momentos, na companhia de pessoas muitíssimo agradáveis. Uma pena que moramos longe e que talvez isto dificulte novos momentos como este, mas faz parte. O melhor de tudo é sem dúvida os bons momentos que o vinho pode proporcionar  com amigos, viagens e as boas recordações. Só por isso, posso garantir que manter o blog é muito gratificante e me motiva a continuar escrevendo sobre este assunto que tanto me fascina.

Algumas fotos de nossa odisseia:

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Saúde a todos!