Tinto Argentino, com Estilo Francês: Las Perdices Syrah Viognier 2013

Estimados amigos, como eu sempre digo, um enófilo que se preze (ainda mais blogueiro) deve sempre experimentar coisas novas. Confesso que quando estive na loja de vinhos e me deparei com este rótulo, achei o assemblage das castas um tanto inusitado. Contudo, pesquisei sobre o tema e aprendi na formação do WSET a respeito deste tradicionalíssimo corte do sul da França, muito comum na região de Cotes du Rhone.

Este corte amigos tem um nome bastante especial: Côte-Rôtie. Uma AOC (Appellation d’origine contrôlée) francesa da região de Cotes du Rhone, em que o vinho tinto, a base de Syrah, é cortado com uma casta branca, a Viognier (em proporção usualmente até 20%). Via de regra, as uvas são fermentadas juntas e a tendência é a obtenção de um vinho de muita complexidade.

O exemplar em questão é um tinto argentino elaborado segundo este preceito. Continuar Lendo

Espumante Estrelas do Brasil Nature Rosé para a #cbe

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Estimados amigos, como já é nossa tradição em todo o início do mês, trago aqui no blog meu vinho escolhido para a CBE – a Confraria Brasileira de Enoblogs, possivelmente a primeira e única confraria virtual de vinhos do Brasil. Este mês, excepcionalmente, o tema não foi escolhido por um único confrade; na verdade, fizemos um consenso que brindaríamos (entendam, enfrentaríamos) a chegada do calor – que é extenuante, em algumas regiões – com uma bela garrafa de Espumante. Com certeza, posso lhes garantir, ninguém reclamou da escolha, afinal um espumante é sempre hiper-ultra-mega bem-vindo, não acham?

Eu confesso que este ano publiquei poucos espumantes aqui no blog e possivelmente estou abaixo da média dos anos anteriores. Mas hei de recuperar os números até o final do ano, creio – basta o calor da primavera dar as caras aqui no sul que os espumantes vêm junto na carona (risos).

Pois então, meu escolhido para a edição da CBE deste mês foi este belo Nature Rosé, elaborado pela Estrelas do Brasil – competente empreendimento da dupla de enólogos Irineo Dall’Agnol e Alejandro Cardozo Continuar Lendo

Campos de Cima Viognier 2014

Campos_de_Cima)_Viognier_2014

Pois bem amigos, é tempo de vinhos brancos. E aqui no blog, como todos sabem, sempre há espaço para os rótulos brasileiros – ainda mais com a crescente qualidade alcançada pela nossa viticultura, especialmente neste segmento. Sim, é verdade, nossos vinhos brancos andam impressionando, e muito. Ouso dizer que aqui no Brasil, depois dos espumantes – que possuem qualidade inquestionável – talvez os vinhos brancos sejam a categoria que mais tenha se sobressaído ultimamente, pelo menos aos meus olhos.

E para não deixar dúvidas, nada melhor que apresentar mais um belo exemplar. Trata-se de um lançamento recente da competente vinícola Campos de Cima: um Viognier da safra de 2014, elaborado com uvas de Itaqui, na região da Campanha Oriental. O rótulo é elaborado sob supervisão do renomado enólogo francês Michel Fabre, e tem produção limitada tão somente a 1200 garrafas, todas numeradas – abrimos a de número 23. Como se já não fosse interessante o bastante, cabe mencionar: o vinho leva 15% de Chardonnay na composição, para garantir ainda maior complexidade. Mas vamos ao líquido:

Em taça mostrou cor amarelo palha bem claro. Aromas muito agradáveis e de complexidade impressionante, com muito aroma floral além de algumas notas herbáceas e de frutas brancas cítricas – em especial lima – resultando em um conjunto de muito frescor. Em boca tem ótima acidez, garantindo refrescância mas ainda contando com bom volume no paladar. Nota-se bem a presença das notas herbáceas, bem equilibradas ao conjunto. Final correto, sem defeitos, de retrogosto com notável lembrança das notas frutadas. Chama a próxima taça.

Um excelente vinho, que vale a pena ser provado. Se sairá muito bem sozinho ou com pratos leves, especialmente uma tábua de frios e pães – ótima pedida para o verão, para enfrentar o calor. Mais um exemplar para provar que o Brasil tem grande potencial para produzir ótimos vinhos brancos – e a preços interessantes.

Quanto custa? Cerca de 38 reais, segundo informações da Assessoria de Imprensa da Vinícola. Ótimo custo-benefício.

Saúde!

Nota: este rótulo nos foi gentilmente enviado pela vinícola para degustação.

Dica do mês, abaixo dos 30 reais: Miolo Seleção Chardonnay Viognier 2014

Miolo_Seleção_Chardonnay_Viognier_2014

Amigos, inicio o ano de 2015 com dois objetivos be traçados: um deles, é o de voltar a publicar aqui no blog com maior periodicidade, de modo a conseguir compartilhar minhas impressões sobre os vinhos de maneira mais dinâmica. O outro objetivo é retomar o hábito que já tive em outros tempos, de publicar em todo o início de mês – sem um dia específico para tal – um post sobre um vinho de custo mais baixo e qualidade atrativa. Daí nasce uma categoria nova aqui no blog: a “Dica do Mês“, que pode ser visualizada na barra à direita. Simples e prático não?

Pois bem, o exemplar que trago hoje neste sentido, é um vinho branco nacional já bem conhecido de boa parte dos consumidores, além de ser uma boa pedida para o verão. Seleção é uma linha de entrada da vinícola Miolo, que traz vinhos jovens, descontraídos e com pouca ou nenhuma passagem por madeira. Este exemplar é um corte de duas variedades muito tradicionais: Chardonnay e Viognier, ambas cultivadas na região da Campanha. Mas vamos ao vinho:

Cor amarelo palha claro, opaco, de poucos reflexos. Aromas um pouquinho discretos, mas francos e típicos das castas. Notas de frutos brancos especialmente lima e abacaxi com um certo toque vegetal compõe o conjunto. Em boca é um vinho de acidez correta e com bom toque cítrico. Simples mas bem feito, com boa lembrança das notas frutadas. É seco essencialmente, e com um leve amargor final (da Chardonnay creio) mas que não compromete. Álcool a 12% sem aparecer.

Particularmente gostei muito da experiência. Comprei meia garrafa para beber sozinho – minha esposa não podia me acompanhar – e não me arrependo. Não creio ser um vinho específico para refrescar – neste intuito sugiro o Almadén Riesling (relembre). Já este de hoje julgo ser um vinho mais interessante para comida;  lá em casa acompanhou bem sobrecoxas de frango assadas que preparei. Peixes e saladas também são ótimas opções.

Quanto custa? Pagamos 12 reais pela meia garrafa (375 ml) em um supermercado aqui em Porto Alegre. A garrafa normal custa em torno de 22 reais, de acordo com o site da vinícola.

Confira outras dicas anteriores aqui.

Saúde!